RESUMO:
Um episódio até hoje pouco explorado que constrangeu e traumatizou imigrantes alemães e pomeranos e seus descendentes, acontecido nos anos 1940 durante a II Guerra Mundial. Pessoas que sofreram as consequências, muitos dos quais simplesmente por carregar um sobrenome de origem germânica. Ou ainda, por se expressar na língua de seus antepassados que vieram do norte da Europa na segunda metade do século XIX. Que começou no final dos anos 1930 durante o Estado Novo de Getúlio Vargas, quando a determinação foi terminar com o trabalho dos professores que utilizavam a língua alemã nas escolas. Escolas estas praticamente todas pertencentes a comunidades luteranas, que escolhiam um dos mais letrados, para exercer a função de professor, considerando a ausência do Estado na educação no interior da região. Mas essa foi uma situação mais amena vivida pelos colonos. O pior viria nos dias 18 e 19 de agosto de 1942 quando viriam sofrer na pele as consequências de fazer parte do país que iniciou a guerra. E com a ajuda das
autoridades encarregadas exatamente de responder pela segurança dos cidadãos, independente de sua origem. Com a proibição de se falar a língua alemã ou pomerana em público, e com o afundamento de navios brasileiros, alguns cidadãos resolveram fazer justiça por conta própria. Assim aconteceram saques, roubos e destruição de todo o material que lembrasse a Alemanha. Especialmente livros e documentos históricos. Narramos assim um acontecimento que contou com o acirramento dos ânimos incentivados pelos órgãos de
imprensa local e estadual.

Palavras-chave: Imigrantes, Agosto 1942 em São Lourenço do Sul e Pelotas, Hostilizações.