RESUMO:

A complexidade do sistema de canais radiculares dos primeiros e segundos molares superiores permanentes apresenta uma vasta diversidade anatômica, tornando esses dentes uma constante adversidade na terapia endodôntica e associados a altos índices de insucesso no tratamento endodôntico. O presente estudo visa verificar a prevalência do canal mésio-palatino (mv2) nos primeiros e segundos molares superiores, bem como as possíveis consequências quando esse canal não é localizado.

Foi realizada uma revisão de literatura narrativa, utilizando bases de dados como PubMed, Google Scholar, Scielo e Lilacs. Os critérios de inclusão envolveram a seleção de artigos científicos, revisões de literatura, e relatos de casos publicados entre 2015 e 2022, nas línguas portuguesa e inglesa, utilizando os descritores “mv2” e “anatomia endodontia”.

Com base nos dados coletados, identificou-se uma prevalência do mv2 em 66,6% dos primeiros e segundos molares superiores, com uma porcentagem de 29,9% apresentando maior predileção para o primeiro molar em pacientes jovens e adultos do sexo masculino. A não localização e tratamento adequado desse canal pode resultar em inflamação ou infecção dos tecidos periapicais, com sintomatologia ou assintomática, apresentando uma incidência 4,5 a 6,5 vezes maior do que em dentes que tiveram todos os canais tratados.

Portanto, a alta prevalência do canal mv2 deve ser considerada antes de iniciar o tratamento endodôntico, buscando evitar falhas terapêuticas. A utilização da tomografia computadorizada de feixe cônico pode ser uma aliada na delimitação da localização do canal radicular, reduzindo insucessos na prática clínica.

Palavras-chave: Endodontia, Anatomia, Molares, Terapia endodôntica.