PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE SIFILIS CONGÊNITA NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM DO PARÁ ENTRE OS ANOS DE 2018 E 2023

CAPÍTULO 8
DOI: 10.29327/5529040.1-8
AUTORES:
Thamire Sueli Moraes de Andrade
Brenda Kalinhe Ribeiro do Amaral
Jeila de Souza Trindade
Daniella Ramos Nunes
Adreanne Oliveira da Silva
Ana Carolina da Silva Costa
José Raul Rocha de Araújo Júnior
Kamila Leal Correa
RESUMO:
A Sífilis é uma infecção causada pela bactéria Treponema pallidum, transmitida por via sexual, e em alguns casos, de forma congênita, a qual pode ocasionar aborto, má formação e consequências neurológicas graves para o feto. Com isso, o presente estudo teve como objetivo descrever o perfil epidemiológico dos casos de sífilis congênita (SC) na região metropolitana de Belém, entre os anos de 2018 e 2023, identificando a distribuição dos casos por município, faixa etária, sexo e raça, além de analisar a evolução clínica dos neonatos com a doença. Tratou-se de uma pesquisa descritiva, quantitativa e retrospectiva, com dados obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Os resultados indicaram um aumento expressivo no número de casos de SC ao longo do período, com pico em 2022, destacando a concentração de casos em Belém e Ananindeua, seguidos por Marituba. A maioria dos neonatos diagnosticados tinha até seis dias de vida, sendo declarada parda e do sexo masculino. Observou-se também uma elevada proporção de registros ignorados para raça e sexo, evidenciando deficiências nos sistemas de notificação. Quanto à evolução clínica, 95,8% dos neonatos sobreviveram, embora 17 óbitos tenham sido diretamente atribuídos à SC. Conclui-se que, apesar da capacidade de notificação dos grandes centros, há barreiras significativas no diagnóstico e tratamento adequados durante o pré-natal, especialmente nas áreas periféricas. Recomenda-se o fortalecimento das políticas públicas de saúde voltadas para a triagem precoce da sífilis em gestantes e a melhoria nos sistemas de notificação para reduzir a incidência de SC e suas complicações.
Palavras-chave: Treponema Pallidum, Transmissão congênita, Epidemiologia, Saúde pública, Pará.