RESUMO:
Este artigo tem como objetivo analisar a inserção da cultura nos currículos escolares e refletir sobre as contribuições da arte na constituição dos sujeitos. O artigo é composto por três cartas endereçadas a uma jovem educadora em formação, com o intuito de dialogar sobre o papel docente na interlocução da cultura na formação discente. Optou-se por problematizar as prioridades no currículo escolar através do gênero “carta”,
fundamentando-se na teoria dos “gêneros do discurso”, de Mikhail Bakhtin. Sendo a carta considerada um gênero do discurso “primário” (BAKHTIN,1997), permite estabelecer uma comunicação entre os interlocutores, com uma abordagem acessível e dialógica, favorecendo o direcionamento às educadoras e demais leitores, como forma de convocá-los a reflexões. Através das cartas as autoras estabelecem uma relação entre seus percursos formativos, a temática da arte e cultura nos currículos escolares e autores que abordam os temas cultura, currículo e educação. A primeira carta apresenta definições sobre cultura e alguns tensionamentos acerca de sua inserção no currículo escolar. A segunda, apresenta os paradigmas da educação e sua relação com o currículo. A terceira carta reflete sobre o percurso formativo dos educadores. A partir de uma concepção histórico-critica, entende-se que, pensar um currículo que possibilite o desenvolvimento humano integral, é pensar na cultura historicamente produzida pela humanidade, como elemento essencial para o processo de transformação histórica, social e educacional, pois, é através da cultura que nos humanizamos. Neste sentido, o acesso ao capital cultural deve se fazer presente no cotidiano escolar em todas as disciplinas curriculares.

Palavras-chave: Currículo, Cultura, Educação, Percurso formativo.