RESUMO:

Atualmente, não existe um tratamento medicamentoso consolidado para os principais sintomas do transtorno do espectro autista. A efetividade e a tolerabilidade das terapias farmacológicas voltadas para comportamentos disruptivos associados são relativamente limitadas. Diante disso, cresce o debate sobre a utilização de compostos derivados da planta Cannabis sativa como uma alternativa terapêutica mais eficaz. O objetivo desta pesquisa é coletar informações para o melhor entendimento das implicações do canabidiol medicinal no tratamento de crianças com TEA. Trata-se de uma revisão sistemática da literatura nas bases de dados eletrônicas reconhecidas como Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), PubMed e Web of Science. Foram incluídas na pesquisa publicações datadas no período entre janeiro de 2018 a junho de 2023, sem restrição aplicada em termos de idioma. Foram relatadas ao longo de todo o espectro de estudos analisados melhoras na comunicação e socialização, além da redução de sintomas relacionados à ansiedade e à perda de sono, com decréscimo da irritabilidade e/ou hiperatividade e tendências de autoagressão. Entretanto, observou-se ainda a presença de efeitos adversos conseguintes ao tratamento. A eficácia do tratamento com o óleo de canabidiol se fez mais presente em populações que apresentam sintomas mais graves do TEA e foram refratários a outras opções de tratamento. Ademais urge a necessidade de desenvolver novas terapias medicamentosas para essa população estudada. A falta de padronização de Instrumentos de Avaliação para definição mais apurada da eficácia do tratamento culmina na escassez de estudos consolidados suficientes para o suporte do canabidiol para o autismo.

Palavras-chave: Canabidiol; Crianças; Transtorno do Espectro Autista.