RESUMO:

A Cultura de Segurança do Paciente (CSP) é um componente essencial dos serviços de saúde, mas ainda carece de maior desenvolvimento na rotina hospitalar. Este estudo transversal quantitativo avaliou a CSP em uma equipe multiprofissional de um hospital de ensino de alta complexidade. Participaram 260 profissionais que responderam ao Hospital Survey on Patient Safety Culture (HSOPSC), composto por 12 dimensões. Foram consideradas potencialidades as dimensões com ≥ 75% de respostas positivas e fragilidades aquelas com ≤ 50%. A análise, realizada no IBM SPSS v23, utilizou ANOVA one-way e testes post-hoc de Tukey e Games-Howell, adotando p ≤ 0,05. Nenhuma dimensão foi considerada potencialidade, enquanto sete foram classificadas como frágeis: “Frequência de eventos notificados” (48,45%), “Retorno das informações e comunicação sobre os erros” (48,17%), “Percepção geral da segurança do paciente” (47,98%), “Passagens de plantão/turno e transferências internas” (47,32%), “Adequação de profissionais” (41,76%), “Abertura da comunicação” (41,70%) e “Respostas não punitivas aos erros” (22,57%). Além disso, 72,94% dos profissionais não notificaram eventos nos últimos 12 meses, embora 53,02% tenham classificado a segurança do paciente como muito boa. Conclui-se que a CSP foi moderada, com percepção reduzida pelos profissionais. A cultura punitiva se mostrou presente, evidenciando a necessidade de promover uma CSP justa e estratégias para seu fortalecimento.

Palavras-chave: Gestão de Segurança; Cultura Organizacional; Hospitais; Segurança do Paciente; Qualidade da Assistência à Saúde