RESUMO:

O trabalho humano é, em sua essência, uma forma de garantir a sobrevivência, embora a remuneração recebida nem sempre seja suficiente para assegurar condições dignas de subsistência. Nesse contexto, o trabalho muitas vezes não se traduz em fonte de satisfação pessoal ou valorização do ser humano, assumindo predominantemente o papel de meio para suprir necessidades básicas. A força de trabalho, convertida em mercadoria, é inserida na lógica da produção, o que eventualmente leva à perda do sentido do trabalho, tornando-o estranho e alienado.

O adoecimento psicoemocional de profissionais da saúde é um problema crescente, intensificado pela pressão no ambiente de trabalho, sobrecarga de tarefas e desgaste emocional diário. Diversos estudos indicam que esses fatores leva a exaustão, a ansiedade e a depressão, comprometendo não apenas a saúde dos trabalhadores, mas também a qualidade do cuidado oferecido e a segurança dos pacientes. 

A precarização dos serviços de saúde, que se agravou durante a pandemia de COVID-19, também é um fator importante. Profissionais da saúde, principalmente da enfermagem, enfrentam baixos salários, condições de trabalho precárias e quantitativo insuficiente de trabalhadores para dar atendimento às demandas assistenciais com total qualidade e segurança, o que contribui para aumento do adoecimento entre estes profissionais.

Neste capítulo apresentaremos, sucintamente, as implicações do adoecimento psicoemocional de profissionais da saúde em três grandes áreas: equipe de trabalho, segurança do paciente e relações pessoais, familiares e sociais.